segunda-feira, 4 de julho de 2011

Capítulo 3: Beco Diagonal



Querido diário,

Hoje, eu e meus pais fomos comprar meu material escolar para meu primeiro ano letivo em Hogwarts, no sábado seguinte a visita do professor Flitwick. Meus pais tiveram que trabalhar na semana toda no consultório dentário, por isso fomos apenas hoje.
Seguimos todas as instruções do professor. Chegamos à Rua Charing Cross e encontramos um velho local aparentemente pobre e mal-acabado que ficava entre duas lojas. Se não fosse pela placa, eu teria passado despercebida. Entramos lá e vimos como o Caldeirão Furado estava cheio. Obviamente, não era um lugar com pouco movimento. Foi estranho, diário, porque no momento em que entramos, todos os rostos que estavam ali viraram-se imediatamente para meus pais e a mim. Alguns apenas nos encararam por um instante e voltaram suas atenções para o que bebiam sob a mesa, outros nos olharam com incredulidade e com certo desprezo, e alguns até mesmo chegaram a se retirar do local, com a cabeça erguida. Não entendi a reação daqueles bruxos. Será que eles tinham aversão a nós?
Felizmente, o balconista, atendendo pelo nome de Tom, um bruxo não muito velho, com alguns tufos de cabelos brancos e usava um avental marrom e manchado, nos recebeu sem nenhuma reação negativa. Perguntamos a ele como chegávamos ao Beco Diagonal e ele gentilmente, nos mostrou a posta dos fundos, na qual demos de cara a um paredão de tijolos laranja. Puxando a varinha do interior das vestes, Tom tocou em alguns tijolos do centro no sentido horário e então, a parede maciça de tijolos se movimentara, abrindo passagem para uma extensa rua, repleta das demais lojas mágicas. Meus pais ficaram boquiabertos, mas eu não. Parecia que aquele lugar era familiar para mim, de alguma forma.
Tom nos disse que a passagem ficaria aberta para que pudéssemos retornar, então voltou para o bar. Agradecemos a ele e fomos andando na direção das ruas apinhadas de bruxos. Como fora nos dito pelo professor Flitwick que a primeira coisa que tínhamos que fazer era trocar o dinheiro trouxa por dinheiro bruxos, fomos ao Banco Gringotes, uma grande construção de mármore branco e com colunas tortas que ficava no coração do Beco. As portas eram de bronze e muito bem polidas, no qual um duende de vestes vermelho e dourado, vigiava atentamente em seu posto. Desejamos “bom dia” para o duende, mas ele apenas nos olhou e voltou a observar a rua. Atravessamos as portas de bronze e chegamos a um hall, onde encontramos mais dois duendes que vigiavam ao lado de uma porta de prata onde, ao lado, estavam alguns versos escritos como um aviso a visitantes. Não vou escrever aqui porque infelizmente não me lembro dos versos, diário, mas era um aviso muito interessante. Após atravessarmos as portas de prata, chegamos a um grande salão de chão polido e com diversos duendes atrás de balcões. Alguns procuravam coisas em alguns livros, outros pesavam moedas em balanças e alguns olhavam minuciosamente pedras preciosas com óculos de joalheiro. Fomos em direção a um duende em um dos balcões, que observava e carimbava alguns envelopes.
-- Bom dia! – saudou meu pai ao duende, que tampouco o olhou. – Ah, bem..., nós gostaríamos de trocar nosso dinheiro por dinheiro do mundo bruxo.
O duende agora o encarou com seus pequenos olhos e resmungou baixo e pediu para que meu pai lhe entregasse o dinheiro trouxa. Papai esvaziou os bolsos e o duende começou a observar as notas de dez libras, como se estivesse certificando que não eram falsas. Depois, soltou um resmungo e chamou outro duende. Ele entregou as notas para este e, imediatamente, uma bolsa púrpura surgiu na mão dele. Entregou ao outro, e foi embora. O duende virou-se para nós e disse:
-- Aqui está o dinheiro equivalente ao que trouxeram. As moedas grandes e douradas são os galões, as prateadas e médias são os sicles e as pequenas e cor de bronze são os nuques. Agora pode ir. – a última frase ele disse rispidamente e voltou sua atenção as cartas.
Saímos do banco e fomos seguindo a lista do que era necessário comprar. Fomos à Madame Malkin – Roupas para Todas as Ocasiões para fazer meu uniforme de Hogwarts. Mamãe tomou um grande susto ao ver a fita métrica tirando medida sozinha e solta no ar. Foi necessário ela sentar-se um pouco para recuperar o susto, enquanto madame Malkin lhe explicava que era absolutamente normal a ação da fita. Depois de feito o uniforme, fomos na Floreios e Borrões, uma livraria repleta dos mais diversos livros sobre os mais diversos assuntos. Compramos todos os livros da lista, mas resolvi comprar também um exemplar de Hogwarts, uma história, um livro que com certeza me ajudaria muito a entender melhor sobre onde eu estudaria. Enquanto meus pais pagavam os livros, fiquei dando uma olhada nos outros. Uma livraria era um dos melhores lugares do mundo para mim!
Comprei tudo que estava na lista: penas, pergaminhos, tinteiros, o caldeirão de estanho, varinha (a composição da minha é de ameixeira brava e pêlo de unicórnio, 30 cm), telescópio e uma balança de latão. Depois de termos comprado tudo, eu e meus pais fomos para o Caldeirão Furado, cuja entrada para o Beco continuava aberta. Agradecemos e nos despedimos de Tom, e retornamos às ruas de Londres.
Sabe, diário, esqueci de lhe contar uma coisa. Quando eu estava na Floreios e Borrões esperando meus pais terminarem de pagar pelos livros, fiquei dando uma olhada em alguns, até que meus olhos bateram em um chamado História da magia moderna. Folheei algumas páginas até que encontrei uma realmente interessante. Falava sobre a queda de um lorde das trevas e sobre um garoto chamado Harry Potter. Segundo o livro, dizia que na noite do dia 31 de outubro de 1981, os pais de Harry Potter foram mortos por Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear e que este, ao tentar matar o filho do casal, fora atingido pelo próprio feitiço, destruindo-se no final. Interessei-me tanto pela história que resolvi procurar em outros livros, mas só consegui ler mais dois: Ascensão e queda das artes das trevas e Grandes acontecimentos mágicos do século XX. Mas os livros não pareciam ter palavras convincentes sobre o fato e um parecia falar coisas que o outro não dizia. Se um dia eu encontrar Harry Potter, adoraria perguntar a ele o que aconteceu de verdade. Não estou querendo ser indelicada, afinal pode ser um assunto bem difícil para ele.
Bem, vou ler Hogwarts, uma história e esperar o sono chegar.
Boa noite, diário!

3 comentários:

  1. Oi adorei seu blog mesmo ele é D+ sempre espero o proximo capitulo ansiosa e como você deve ser eu sou uma grande fã e fico muito triste de tudo acabar mais sei que nunca vai acabar de verdade.

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  2. Oii, Amei o seu blog, e o que escreve nele, estou sempre à espera de um novo capitulo.. Você poderia até fazer um livro com esse nome, você escreve muito bem, parece até que é ela.
    Bianca Dantas ♥

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  3. Oi, amei aqui. Mas acabei de perceber que lí o Capítulo 3 antes do 2 (que eu ainda não lí), haha. Será que vou conseguir entender o resto da história sem ter lido o 2? Amo o jeito que você escreve. Meu sonho é ser uma escritora, tipo a J.K. quando crescer. Mas não tenho ideia do que escrever... :c
    Você deveria publicar, eu, e mais inúmeras outras pessoas comprariam. Espero que consiga publicar um dia.
    Beijos e Abraços,
    Giovanna Rodacoski (first-of-janurary.tumblr.com) <3

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