Querido diário,
Hoje teria sido um dia muito
bom se não fossem os dois pontos perdidos para a Grifinória por causa da
atitude de Harry Potter na aula de Poções com o professor Severo Snape! Vou lhe
explicar como foi.
Conforme estava escrito no
pergaminho de nosso horário, teríamos dois tempos de Poções com os alunos do
primeiro ano da Sonserina. Depois do café da manhã, os alunos do primeiro ano
de ambas as casas (Grifinória e Sonserina), rumaram para as masmorras, onde
seria lecionada a aula de Poções. Enquanto caminhava sozinha pelos corredores,
tentei lembrar-me de tudo que eu lera em Mil
ervas e fungos mágicos e em Bebidas e
poções mágicas, caso o professor perguntasse algo sobre um dos livros.
Todos os alunos
encontravam-se na masmorra quando o professor Severo Snape irrompeu pela porta.
É um bruxo alto, de cabelos pretos e oleosos e um nariz em forma de gancho.
Tinha um olhar quase ameaçador, mas não me intimidei, como a maioria dos
alunos.
O professor começou a aula
fazendo chamada normalmente, até que chegou ao nome de Harry Potter e comentou
baixinho, mas audível para os alunos:
-- Ah, sim. Harry Potter.
Nossa nova celebridade.
Havia um pouco de ironia em
seu tom de voz, mas ainda assim era fria. Alguns alunos da Sonserina riram,
entre eles Draco Malfoy, o garoto louro do Expresso de Hogwarts. Os alunos da
Grifinória permaneceram em silêncio enquanto o professor terminava a chamada.
Depois, guardou o pergaminho e encarou a classe com seus olhos negros. Começou,
então, a fazer um discurso, no qual dizia que poderia nos ensinar a engarrafar
a fama, cozinha a glória, até a zumbificar, se não fôssemos um bando de
cabeças-ocas que mandam para ele ensinar. Não gostei daquela última frase dele,
por isso sentei-me mais na frente da carteira para provar o quanto eu estava
interessada na aula e que não sou uma cabeça-oca.
De repente, o professor
Snape chamou:
-- Potter! O que eu obteria
se adicionasse raiz de asfódelo em pó em uma infusão de losna?
Ergui a mão imediatamente,
por mais que o professor não tivesse dito meu nome, mas eu sabia esta resposta.
Era bem fácil de concluir que raiz de asfódelo em pó e infusão de losna
produzia uma poção conhecida como a Poção do Morto-Vivo, por ser tão forte se
fosse preparada corretamente. Eu lera isso na página 35 do livro Mil ervas e fungos mágicos, no capítulo
18, “Poções para intermediários”. Mas
Harry não respondeu ao professor. Apenas fez uma expressão de quem não
entendera nada e disse:
-- Não sei, não senhor.
-- Tsk, tsk, a fama pelo
visto não é tudo. – disse o professor Snape com uma ligeira satisfação na voz.
Ele ignorou-me completamente e baixei a mão novamente.
-- Vamos tentar outra vez,
Potter. Se eu lhe pedisse, onde iria buscar benzoar?
Desta vez, ergui minha mão o
mais alto que pude, tomando cuidado para não levantar da cadeira. Aquela
pergunta era tão fácil quando a primeira, talvez mais ainda. Benzoar era uma
pedra tirada do estômago de uma cabra que tinha como salvar uma pessoa da
maioria dos venenos. Estava escrito na página 23 do livro Bebidas e poções mágicas, de Arsênio Jigger, capítulo 10, “Antídotos”. Harry, mais uma vez, não
sabia responder. Pergunto-me o que será que ele fez depois de comprar os
livros. Guardou-os no malão e só os abrira para as aulas? Por quê ele não lia
quando está na sala comunal em vez de ficar conversando com Ronald Weasley, que
é outro garoto totalmente desinteressado? Ah, eu não entendo eles, sério,
diário!
Bem, continuando, Harry
disse mais uma vez:
-- Não sei, não senhor.
-- Achou que não precisava
abrir os livros antes de vir, hein, Potter?
Harry permaneceu imóvel, com
a expressão inalterada. Mas eu sabia que por dentro ele deveria estar
fervilhando de raiva por causa do professor. Ainda mais com os alunos da
Sonserina rindo da cara dele todas as vezes que dizia “Não sei, não senhor”.
Baixei minha mão, desistindo de o professor olhar para mim e me perguntar.
-- Qual é a diferença,
Potter, -- perguntou o professor. – entre acônito licoctono e acônito lapelo?
Ergui a mão imediatamente,
esperando que desta vez ele notasse. Esta pergunta era ainda mais fácil do que
as duas anteriores. Estava escrito no capítulo 6 do livro Mil ervas e fungos mágicos, “Propriedades mágicas e características principais dos ingredientes de
poções”. Segundo Fílida Spore, autora do livro, algumas plantas eram
classificadas por suas propriedades mágicas e gêneros botânicos e que, embora
os acônitos fossem classificados em diferentes nomes devido aos gêneros, era a
mesma planta, portanto, não havia diferença.
Infelizmente, mais uma vez,
Harry não sabia.
-- Não sei. – respondeu Harry
em voz baixa. – Mas acho que Hermione sabe, por que o senhor não pergunta a
ela?
Alguns alunos riram. Por
mais que eu estivesse agradecida por dentro, não pude deixar de olhar incrédula
para Harry. Ele acabara de responder de forma mal-educada a um professor e isso
era totalmente errado. Obviamente, a expressão do professor Snape também não
foi boa. Uma raiva repentina apareceu em seus olhos e ele veio na direção de
Harry.
-- Sente-se. – ordenou
rispidamente para mim e sentei-me constrangida. Ele virou-se para Harry e disse
friamente:
-- Para sua informação,
Potter, asfódelo e losna produzem uma poção para adormecer tão forte que é
conhecida como a Poção do Morto-Vivo. O benzoar é uma pedra tirada do estômago
da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos. Quanto aos dois acônitos são
plantas do mesmo gênero botânico. – ele aumentou sua voz para a turma. – Então?
Por quê não estão copiando o que estou dizendo?
Rapidamente, todos os alunos
pegaram suas penas e começaram a tentar escrever tudo o que o professor
dissera. Como eu já sabia de cor tudo o que ele havia dito, apenas fiz uma
síntese de tudo. O professor ergueu sua voz para todos os alunos,
principalmente para os da Grifinória:
-- E vou descontar um ponto
da Grifinória por sua impertinência, Potter.
Todos os alunos da casa
suspiraram, chateados. Eu estava brava com Harry, por isso lancei a ele um
olhar de reprovação por sua falta de educação com o professor. Até aquele
momento, tínhamos perdido um ponto para nossa casa, logo na primeira semana em
Hogwarts.
Depois da maioria dos alunos
terem escrito o que o professor dissera, ele nos separou em pares e pediu que
misturássemos uma simples poção para curar furúnculos. A poção estava na página
7 do livro Bebidas e poções mágicas.
Fiquei com Parvati Patil como dupla. Olhando atentamente às instruções do
livro, comecei a misturar minha poção, enquanto pedia para que Parvati me
dissesse os ingredientes e as quantidades e doses para colocar na poção. O
chato era que Parvati era muito distraída e sempre se confundia com os nomes
dos ingredientes. Às vezes, eu pegava o livro da mão dela com educação e
consultava. Embora eu estivesse muito absorta nos ingredientes e ignorando as
vezes em que Parvati tentava puxar assuntos fúteis que não tinham nada a ver com
a aula, pude escutar quando o professor Snape elogiava Draco Malfoy e os alunos
da Sonserina e também as vezes em que criticava os alunos da Grifinória,
principalmente Neville Longbottom, o garoto no qual ajudei a procurar o sapo no
trem. No final de tudo, ele derretera o caldeirão de Simas Finningan e recebera
ainda uma bronca do professor. O pior foi que sobrou para Harry, que estava ao
lado de Neville, mas muito ocupado com sua poção. Embora não tivesse nada a ver
com o acidente de Neville, Snape descontou um ponto dele. Admito que dessa vez
foi injusto o motivo do professor, mas fiquei calada.
No final da aula, colocamos
nossas poções em ampolas e levamos à mesa do professor. Enquanto eu guardava o
meu material e saía da masmorra, ouvi Parvati cochichar para Lilá Brown, sua
melhor amiga, a alguns passos a minha frente.
-- Essa Granger é muito
chata e sem graça! Só queria saber dos ingredientes daquela poção inútil e não
queria conversar. Da próxima vez em que o professor Snape me colocar com ela,
vou implorar para fazer com você.
Ouvindo aquilo, nem me
abalei. Apenas passei com a cabeça erguida por elas enquanto me encaminhava
para o Salão Principal para almoçar. Ouvi Lilá abafar um gritinho e Parvati
prender a respiração.
Bem, depois de tudo, o dia
transcorreu normalmente. Tivemos um tempo de História da Magia depois do almoço
e um de Defesa contra as Artes das Trevas com o professor Quirrel.
Estou um pouco cansada,
diário. Acho que vou escrever uma carta para meus pais sobre como foi minha
primeira semana e amanhã cedo a envio. Vou continuar a ler Quadribol através dos séculos.
Boa noite, diário!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirnossa, a hermione lembra de tudo!
ResponderExcluirtudo isso num dia só
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